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DPA (Digital Process Automation) e RPA (Robotic Process Automation) – Diferenças e Complementaridades

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Como diferenciar e utilizar apropriadamente cada plataforma no que melhor oferece? Esse artigo busca esclarecer os conceitos e apresentar um pequeno guia para a melhor decisão.

Introdução

A tecnologia é uma grande aliada na automação de processos de negócio. Nesse contexto, com a padronização da notação BPMN, que revolucionou a forma como desenhamos processos, vieram as plataformas de automação conhecidas como BPMS. Essas plataformas permitiram que os fluxos virassem sistemas em curto espaço de tempo, transformando ideias em efetivas melhorias e capturando um imenso valor para as organizações. Mais recentemente, incorporaram capacidades de inteligência artificial e Machine Learning, passando a se chamar de Plataformas iBPMS (Inteligente Business Process Management Systems) ou DPA (Digital Process Automation)

Mais recentemente, surgiram plataformas voltadas para a robotização de rotinas repetitivas permitindo a automatização dessas rotinas, mimetizando as ações humanas, interagindo com sistemas através de clicks de mouse, teclado, leitura de informações, incluindo, em algumas delas, capacidades de reconhecimento de imagens e dados não estruturados, através de modelos de aprendizado por máquinas (Machine Learning). Essas plataformas foram batizadas de RPA – Robotic Process Automation.

Muita gente ainda confunde os conceitos, talvez por culpa dos próprios fornecedores, que denominam a aplicação das duas técnicas utilizando o mesmo termo: Automação de Processos. Veremos, porém, nesse artigo que há importantes diferenças entre elas e que, quando aplicadas em conjunto, podemos obter o melhor de cada uma.

O que diferencia DPA de RPA

As principais diferenças se originam da aplicabilidade de cada conceito ou plataforma. Plataformas DPA incluem a capacidade de mapeamento e automação de processos fim a fim, aplicando a notação BPMN em toda a sua riqueza na representação de processos de negócios. Esses processos podem incluir ricas interações entre diferentes atores, que podem trabalhar em sequência ou em paralelo, implementar complexas regras de decisão, contemplar múltiplas alçadas até produzir o resultado final. Comumente percorrem múltiplos setores e envolve pessoas distintas, podendo, em alguns casos, ter longos tempos de ciclo (por exemplo, um processo jurídico).

Dessa forma, o DPA permite padronizar os procedimentos mantendo uma execução lógica, sendo um centro colaborativo de trabalho, permitindo rastreabilidade de informações, registro e armazenamento de dados e diversos outros benefícios, contemplando o ciclo inteiro de um processo, envolvendo muitas vezes centenas de atores, incluindo interfaces, regras de negócios complexas e integrações. Basicamente, o DPA centraliza e organiza as interações, seja com pessoas, através de formulários eletrônicos, seja com outros sistemas através de integrações. E tudo isso sem grandes investimentos em codificação, sendo, por isso, caracterizada como uma plataforma Low Code.

Exemplos de aplicação de DPA: complexos processos de compras e pagamentos, empréstimos, vendas, contratações, tratamento de solicitações de clientes etc.

O RPA (Robotic Process Automation), por sua vez, automatiza rotinas repetitivas e onerosas, muitas vezes executadas por uma mesma pessoa interagindo com sites ou sistemas internos para executar procedimentos de curta duração. O RPA permite a redução do tempo e custo desses procedimentos, possibilitando o direcionamento da força de trabalho para atividades intelectuais e de maior valor, resultando até mesmo no aumento da satisfação dos funcionários.

Exemplos de aplicação de RPA: captura e lançamento de pagamentos de contas, atualização de extrato bancário, verificação de informações de uma determinada pessoa física ou jurídica em múltiplos sites de informação (redes sociais, SPC, justiça, etc.).

Pode-se dizer, para efeito de comparação, que o DPA automatiza um processo de negócio enquanto o RPA robotiza um procedimento. É bem claro que os limites entre tecnologias costumam variar ao longo do tempo e podemos ter plataformas DPA que incluem funcionalidades de robotização e vice-versa, mas, no atual estágio da tecnologia, podemos dizer que os campos têm distinções significativas, como podemos destacar no diagrama abaixo:

 

 

Complementaridades

É certo que as duas tecnologias se mostram como caminhos diferentes a serem seguidos, mas existe complementaridade dentro de suas diferenças. As duas tecnologias podem trabalhar juntas para otimizar mais completamente a rotina de trabalho. O DPA conjugado ao RPA, podem endereçar um leque maior de necessidades.

Dessa forma, o que podemos fazer se, no nosso processo de negócios, tivermos problemas que exijam a aplicação das duas tecnologias? A resposta é simples: utilizar as duas de forma integrada. Nesse contexto, podemos imaginar um robô (RPA) lendo e-mails ou consumindo informações não estruturadas e iniciando um processo de negócio em uma plataforma DPA, que passará por múltiplas etapas onde um humano não é dispensável (análises, autorizações etc.). Ou, no sentido contrário, quando temos no nosso processo de negócios rodando em uma plataforma DPA algumas tarefas manuais e repetitivas, podemos “contratar” um robô para executá-las e informar o resultado para que o processo possa prosseguir. Como no fluxo abaixo:

 

Conclusão

Com o extenso alcance do DPA e a ação eficaz do RPA em atividades repetitivas, as duas modalidades fornecem melhorias escaláveis nos processos de negócio. Sendo assim, surge a necessidade de uma definição eficaz dos processos para que as duas, em seus campos de especialidade, possam fornecer seu melhor.

Falar sobre processos é falar sobre melhoria para as empresas, além da padronização dos mesmos. As ferramentas expostas nesse artigo impactam, dentro do seu cenário de atuação, diretamente nos processos da instituição. Pode-se dizer que a organização como um todo, cliente, gerência e ator do processo, são impactados com os benefícios da utilização dessas tecnologias ligadas à processos. Trata-se fundamentalmente de aumentar as capacidades do negócio para entrega de valor ao cliente, fator fundamental em um ambiente cada vez mais competitivo.

Por Carlos Sérgio Mota Silva, Director at P4Pro Consultoria e Giovanna Carvalho, Analista de Processos na P4Pro – Organização e Projetos