Cultura e negócio andam juntos.

Cultura e negócio andam juntos.

A cultura é essencial para o engajamento das pessoas e neste novo modelo operacional que muitas empresas estão vivenciando através da experiência Home-office, é preciso pensar também em uma nova gestão, novos cargos e funções para times.

Posto que a transformação digital recente reforçou ainda mais a estrutura human-centered, na qual as pessoas estão no centro da estratégia e não o produto, os objetivos e tarefas de times nas diversas áreas de uma empresa estão cada vez mais conectados. Neste sentido, o Brand Innovation é uma abordagem estratégica valiosa para os novos tempos.

Segundo pesquisa da Microsoft sobre trabalho remoto, que monitorou a atividade cerebral e batimentos cardíacos de um grupo, as pessoas consideram a colaboração desafiadora. No entanto, algo inesperado foi descoberto: quando duas pessoas trabalham juntas remotamente, suas ondas cerebrais constatadas, sugerem que seja mais difícil voltar a trabalhar juntas fisicamente. Isso confirma que o mundo de fato migra para um novo formato de trabalho.

Inegavelmente a conexão social e as estratégias de trabalho criadas ao trabalhar presencialmente se transferiram rapidamente para o ambiente remoto, porém o contrário não. Isso reforça o quanto é fundamental uma empresa construir sua cultura empresarial para a manutenção de um ambiente de trabalho saudável, virtual ou não.

Cultura empresarial é um conjunto de diretrizes com foco no planejamento estratégico envolvendo uma série de fatores, como propósito, valores, posicionamento, código de ética, etc. Em outras palavras, uma boa cultura inspira colaboradores e líderes a caminharem no mesmo ritmo em direção aos objetivos da organização.

Nesse sentido apresentamos aqui alguns modelos para você identificar se algum deles é o da sua organização.

 

Cultura de poder

Organizações que são guiadas pela cultura de poder são aquelas que concentram a liderança na figura de uma única pessoa. Nesse modelo os colaboradores são frequentemente estimulados e induzidos a conquistarem resultados, tendo isso como a meta principal do trabalho.

Esse formato é muito comum em empresas menores e as chances de conflitos internos acontecerem são grandes já que os colaboradores são pouco incentivados a desenvolverem suas habilidades.

 

Cultura de papéis

A função que cada colaborador desempenha é o foco principal, portanto, a hierarquia é bem estabelecida e, por esse motivo, a empresa vivencia certa falta de flexibilidade na execução de tarefas. Cada funcionário tem como prioridade apenas realizar o que foi determinado a ele.

Como os procedimentos são engessados, há pouca vontade de trazer novas ideias e visões diferentes. O resultado é uma lentidão nos trabalhos já que os profissionais não estão preocupados com o seu próprio crescimento.

 

Cultura de tarefas

Na cultura empresarial de tarefas o principal foco das pessoas é a solução de problemas, fugindo do lugar-comum, da monotonia e previsibilidade.

A cultura de tarefas conta com profissionais que dominam suas áreas de atuação e geralmente trazem muito conhecimento e experiência às empresas em que trabalham. Há liberdade dada aos seus colaboradores e assim muitas ideias surgem de maneira natural e interessante, motivando e engajando as pessoas.

Inegavelmente, a cultura de tarefas é um bom modelo de cultura desejável para as organizações se espelharem.

 

Cultura de pessoas

Com o objetivo principal de valorizar seus colaboradores e o trabalho desempenhado por eles, a cultura de pessoas é muito positiva para empresas em geral.

Sempre com foco no crescimento profissional dos talentos, essa prática visa envolver e integrar toda a equipe. O colaborador é constantemente engajado a trazer sua visão para dentro da empresa, afinal, o funcionário é peça fundamental para a organização.

Nesse tipo de cultura, o plano de carreira e a retenção de talentos é bem trabalhada pelos gestores e igualmente a formação de líderes ser frequentemente estimulada para que a empresa não pare de crescer, mesmo com mudanças internas.

 

Branding Innovation como estratégia

Agora ciente dos tipos de cultura, o primeiro passo é trocar informações com os gestores de todas as áreas da organização e, juntos, chegarem a uma conclusão sobre qual melhor caminho para o ambiente corporativo.

É preciso ter claro qual o propósito da empresa e a partir desse ponto, qual é a relação desejada com os profissionais, fornecedores e stakeholders. Não faltam evidência e estatísticas que o propósito é o alicerce das empresas modernas. Neste contexto, o Brand Innovation é uma abordagem estratégica interessantíssima para a busca da transformação. Promove e implementa a inovação, transformando a realidade para as diferentes frentes das empresas.

“90% dos colaboradores que trabalham em empresas orientadas por propósitos relatam sentir-se envolvidos e engajados em seu trabalho.

Nas organizações que secundarizam esse aspecto, 32% dos colaboradores se sentem conectados às suas funções diárias.”

Adotar uma cultura é algo decisivo em tempos de tantas transformações a curto prazo.

 

Lívia Ce, Designer Sênior e UX na Enredo.

Uma boa notícia para as startups: 2020 inaugura a Era do Capital Produtivo

A montanha russa de fake news e a instabilidade política somada à crise econômica ao longo de 2019 podem deixar uma impressão errada ao investidor menos atento. Quem ficar ancorado apenas nos indicadores econômicos tradicionais tende a deixar de enxergar um caminho diferente e cheio de oportunidades que já começaram a surgir com maior força este ano e continuarão ganhando tração em 2020 e na década que se inicia.

Essa é uma boa notícia para a indústria de startups e uma má notícia para quem estava acostumado a se refestelar no sofá para acompanhar os rendimentos dos títulos do Tesouro Direto. A moleza acabou e dificilmente voltará a ser como antes. Se antes era possível dobrar o patrimônio em 5 anos aplicando apenas em renda fixa, agora seria necessário o triplo de tempo para obter o mesmo retorno.

Com a taxa Selic em 4.5%, o nível mais baixo da história, e inflação absolutamente sob controle, mesmo com a depreciação do Real neste final de ano, anotem a grande mensagem que fica de 2019: a moleza financeira acabou!

Ao investidor, mesmo os mais avessos à risco, há agora dois caminhos a seguir: continuar se arriscando no mercado de capitais, que é extremamente volátil, ou apostar em pesquisa, desenvolvimento, inovação. Não é uma estratégia conservadora típica, é verdade, mas traz o bônus de gerar emprego e movimentar a economia de forma mais consistente.

Estamos enfim entrando na Era do Capital Produtivo!

Na medida em que a economia começa a dar sinais de recuperação da recessão aguda de 2015 e 2016, as empresas começam a “lamber as feridas” da crise e tratam de voltar a investir em inovação a fim de tornar processos mais eficientes. Em paralelo, os investidores intensificam a procura por boas oportunidades de negócio no país na medida em que a economia mostra uma luz no fim do túnel.

É a tempestade perfeita para as startups.

Mesmo com todas as incertezas dos últimos anos, o ecossistema de startups está amadurecendo a olhos vistos no Brasil e o investidor que deseja alcançar melhores rendimentos deveria, fica o conselho, prestar mais atenção a essa tendência.

Segundo a Associação de Investimento de Capital Privado na América Latina (LAVCA, em inglês), os aportes de fundos de venture capital em startups latino-americanas chegaram a US$ 2,6 bilhões no primeiro semestre desse ano divididos em 160 transações. Esse valor já é mais de 25% superior ao total investido em 2018 inteiro, quando ficou em US$ 2 bilhões. Ao observar os dados referentes a 2017 (US$ 1,1 bilhão) e 2016 (US$ 500 milhões), dá para perceber a magnitude desse movimento.

O Brasil, claro, é o principal mercado da região. Até outubro desse ano, de acordo com o relatório da consultoria Transactional Track Record (TTR), os investimentos somaram R$ 8,7 bilhões. Ao todo, foram realizadas 211 rodadas, um número 15% superior ao de 2018. A maior parte dos recursos ficou em São Paulo e se destinou a startups com modelos de negócio voltados para tecnologia e Internet.

E qual o maior atrativo das startups?

As startups desenvolvem tecnologias para resolver problemas concretos dos consumidores finais ou como prestadoras de serviços para grandes corporações. Essa oferta mais abundante de capital torna a vida dos empreendedores mais fácil do que há quatro anos, época em que o crédito era escasso e se não houvesse um plano de negócio muito claro e uma demanda já contratada, a startup patinava.

As coisas estão agora diferentes e a maior prova disso é o fato de que já temos 9 empresas no chamado Global Unicorn Club, o grupo das startups com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão.

Segundo a consultoria CB Insights, esse clube conta hoje com 418 empresas, que somam um valuation de US$ 1,3 trilhão. Quase metade dos membros são companhias norte-americanas e outro ¼ de chinesas. Os 25% restantes são distribuídos pelo resto do mundo. Nosso número parece modesto, mas quando se leva em conta que o terceiro e o quarto lugares (Reino Unido e Índia) possuem cerca de 20 empresas cada, nota-se que o número do Brasil nem é tão modesto assim.

Nossa lista de unicórnios é composta por fintechs como o Nubank, EBanx e Stone (que lançou seus papéis na Bolsa de Nova York com bastante sucesso e tem hoje valor de mercado superior a US$ 10 bi). Temos ainda três no setor de transporte e logística – a 99, a Loggi e a Movile, além da Quinto Andar, ligada ao setor imobiliário, a Arco Educação e a Gympass. E a mais nova entrante, a Wildlife, de games.

Vale citar também outras duas fintechs: a Brex, empresa de cartões de créditos corporativos criada por dois brasileiros de 23 anos e que opera somente nos Estados Unidos e, portanto, não engrossa a lista nacional; e a PagSeguro.

Corporate Venture acelera investimentos

A japonesa Softbank anunciou em março a criação de um fundo que pretende investir US$ 5 bilhões na América Latina e o Brasil é um dos alvos preferenciais por ter startups mais maduras.

O principal executivo do Softbank no país, André Maciel, também confirmou que há mais US$ 300 milhões que serão investidos em fundos de venture capital da região para as rodadas chamadas de seed (o chamado capital-semente, aplicado na fundação da startup) e nas séries A e B de aportes, etapas em que o fundo criado pelo japonês Masayoshi Son, geralmente, fica de fora.

Mas há outros setores no radar dos investidores, como o agribusiness. Maciel manifestou estar em busca de um target no setor de healthcare que, segundo ele, recebe poucos recursos, mas é extremamente promissor.

A entrada do Softbank, aliás, confirma o avanço do setor de Corporate Capital no Brasil. Outros grandes players estão embarcando na modalidade de investir em startups que tenham sinergia com seus negócios.

O Itaú anunciou recentemente a compra da startup mineira Zup, fundada em Uberlândia (MG) em 2011, oferecendo soluções tecnológicas que incluem ferramentas de integração de novos desenvolvimentos digitais aos sistemas corporativos legados das empresas.

A alemã Basf anunciou que vai alocar US$ 4 bilhões para investir em startups voltadas aos setores agrícola e de alimentos. A Magazine Luiza fez no início de novembro um pitch day para selecionar startups que contribuam para acelerar seus serviços digitais. Outras empresas que têm se mostrado atentas são Danone, Nestlé e Amazon.

Com um cenário desses, o jogo é outro. Em vez de ter startups com pires na mão, são os investidores que vão suar para conseguir aplicar dinheiro nos cases mais promissores. Isso porque, de maneira geral, o empreendedor prefere receber aporte de uma empresa do que do mercado financeiro.

Existe a percepção de que a sinergia entre empreendedores é mais produtiva e vai realmente contribuir para o crescimento do negócio e não apenas exigir os resultados no final de cada trimestre. É alguém que chega para somar.

E não são apenas as fintechs as grandes estrelas da economia da inovação. Pense que o mais importante aí é o sufixo “tech”, porque a tecnologia irá, cada vez mais, permear todos os setores. Foodtechs, civictechs, lawtechs, govtechs, edutechs. Há muitos outros segmentos sendo impactados pela tecnologia. Ou alguém aí imaginava no início da década passada que negócios como Netflix e YouTube iriam abalar as grandes empresas de mídia?

O recado está dado e é bastante claro: num ambiente em que o lucro financeiro é limitado, as startups são as melhores apostas para quem quer adubar seu rico dinheirinho. Em 2017, o país tinha 5.147 startups, segundo a Associação Brasileira do setor. Em setembro, já contabilizava 12.715, das quais 2.800 fundadas em 2019.

Então, prezado investidor, prezada investidora, ficar de fora desse novo ciclo não é mais uma opção. Se não quer perder a festa do capital produtivo, sugiro começar a repensar ontem suas estratégias de investimento.

 

 

Pierre Schurmann, Founder & CEO at Keiretsu

 

 

Estamos vivendo a Era Pós-Startups

Você provavelmente deve estar me achando louca em falar na Era Pós-Startups com os primeiros unicórnios brasileiros sendo formados, 99, Nubank, iFood, Gympass e Stone são algumas das startups brasileiras que foram avaliadas recentemente em U$$ 1 bilhão ou mais.

O termo Era Pós-Startups, porém, não se refere a extinção das startups, mas na mudança da dinâmica de como o mundo interage e se relaciona com elas e de como isso afeta o surgimento de novas startups daqui em diante, dado que estamos vivendo uma era em que ter uma startup não é mais algo totalmente disruptivo e sim, algo que torna-se cada vez mais comum.

A Era Pós-Startups começa a tomar forma no nosso dia a dia, assim como a Era Pós-Digital já está presente no nosso cotidiano há pelo menos uma década. A Era Pós-Digital, é um conceito inicialmente proposto pelo Walter Longo e que se refere a fase em que as pessoas já estão tão acostumadas com a internet que elas só notam a presença da conectividade quando esta está em falta (se quiser tangibilizar esse conceito, experimente ficar em um dia de trabalho sem seu smartphone por 24 horas).

E assim, a era “pós” alguma coisa é algo que sempre acontece com qualquer tecnologia. Por exemplo, se imaginar que vivemos a era pós-eletricidade, pois só nos lembramos que utilizamos energia elétrica quando ficamos sem energia, fica mais fácil de entender a Era Pós-Digital e a Era Pós-Startups:

É aquele momento em que aquilo deixa de ser uma novidade “wow, que legal, olha essa startup que pode chamar um taxi por um aplicativo!”, para ser algo tão intrínseco do nosso cotidiano que se torna um absurdo viver sem “como assim ainda não tem uma startup que faz isso?”.

Esse conceito da Era Pós-Startups, porém, não é novo e nem fui eu quem inventei. Ele já vem sendo difundido nos Estados Unidos há pelo menos dois anos e, aqui no Brasil, começou a ser comentado timidamente a pouco menos de um ano em publicações no medium e no voicers.

Ok, mas se estamos vivendo a Era Pós-Startups, o que isso muda daqui em diante?

As Características da Era Pós-Startups

  • Não haverá um novo Facebook, um novo Google ou uma nova Amazon (nem uma nova Microsoft e nem uma nova Apple)

Sabe a história de que o Facebook fez com que o Orkut desaparecesse e que o Google foi o 16º buscador criado? Essas histórias ficaram no passado. Essas empresas se tornaram tão grandes que dificilmente alguma outra empresa criada do zero assumirá uma dessas posições no mercado.

  • A startups serão cada vez mais absorvidas por grandes empresas

Até mesmo o Whatsapp e o Instagram foram comprados pelo Facebook. A Netshoes foi comprada pela Magazine Luiza depois de uma disputa acirrada com a Centauro. A tendência, a partir de agora, é que cada vez mais grandes empresas adquiram startups para expandir a atuação de seus negócios e ganhar velocidade na corrida pela inovação.

Uma outra tendência que está se firmando são os chamado CVCs ou Corporate Venture Capitals, que nada mais são do que fundos de investimentos de risco de grandes empresas que investem em startups.

  • Startups de alto impacto e com inovação disruptiva terão espaço apenas em setores com baixo desenvolvimento tecnológico ou que sofrerão mudanças drásticas nos próximos anos

A barreira de entrada para setores com alto desenvolvimento tecnológico está se tornando cada vez maior. Para desenvolver um novo carro elétrico, por exemplo, a briga está em alguns milhões de dólares e muitos anos de desenvolvimento, em relação a empresas como, por exemplo, a Tesla.

Portanto, áreas como a construção civil, que é um dos segmentos com menor aplicação de tecnologia e seguros, que deverá mudar drasticamente com a implementação de carros autônomo, estão começando a atrair um grande número de interessados que vem desenvolvendo cada vez mais Construtechs e Insurtechs.

  • Os novos negócios devem funcionar tanto online como offline

Algumas pessoas dizem que se os novos negócios não funcionarem com um smartphone, estarão fadados ao fracasso. Eu digo que se os novos negócios não funcionarem em um mundo híbrido online e offline, eles estarão fadados ao fracasso.

O mundo passou por uma fase grande de disrupção em que a internet inundou o dia-a-dia das pessoas, porém as pessoas estão sufocadas por informação e estão percebendo o quão nocivo é ficar conectado 24 horas por dia.

Eu acredito que o mundo está entrando em equilíbrio e, portanto, um produto deve funcionar tanto com um smartphone como se conectar nas atividades cotidianas de uma pessoa.

Cada vez mais negócios que oferecem produtos que o consumidor utiliza no mundo físico, mas são comprados pela internet, tem tido destaque, até um termo para esse tipo de produto/serviço foi desenvolvido – chama O2O e significa online to offline – e se refere a produtos oferecidos por empresas como Uber, Airbnb e Nubank, que são adquiridos por um smartphone e utilizados no dia-a-dia de forma física.

  • Os novos negócios devem ter alma

Deixou de ser suficiente a criação de uma marca com propósito, é preciso que essa marca tenha uma alma. A Magazine Luiza talvez seja a marca que melhor torna palpável esse conceito com a personagem virtual Lu que foi criada há pelo menos 5 anos e está ficando cada vez mais popular, porém, existem outras marcas que entregam esse conceito muito bem.

Os consumidores ficam fanáticos quando uma marca responde e interage nas redes sociais. Para entender o poder da alma de uma marca, basta acompanhar as postagens da Netflix interagindo com os fãs ou as ações da NuBank que fazem ações personalizadas com os clientes, como quando ela mandou sal grosso para um cliente que foi assaltado duas vezes ou quando mandou um presente para a cachorrinha que comeu o cartão do dono.

As marcas que desejam se destacar, a partir de agora, já devem nascer com uma personalidade intrínseca.

  • Aceleradoras e incubadoras individuais irão entrar em extinção e os Ambientes e Hubs de inovação se tornarão cada vez mais fortes

Dada essa mudança de cenário, algumas mudanças já estão acontecendo. Algumas aceleradoras como a ACE, uma das primeiras do país, já estão se antecipando essas mudanças. Recentemente a ACE acabou com a aceleração e se dividiu entre fundo de investimento e consultoria para grandes corporações.

Outros sistemas de inovação individuais estão se conectando a Ambientes e Hubs de inovação já consolidados. Na ACATE Primavera, em Florianópolis, por exemplo, é possível encontrar a aceleradora Darwin Startups e um coworking da Impact Hub.

A Abstartups, Associação Brasileira de Startups, está localizada dentro do Cubo em São Paulo, que no novo prédio, conecta além de startups, grandes empresas e investidores em um só lugar.

Já o Nexus Hub desenvolvido dentro do Parque Tecnológico São José dos Campos conta com diversos programas que recebe mais de 70 startups em diferentes níveis de maturidade e está inserido em um ambiente que além de atrair cada vez mais investidores, abriga tanto grandes empresas, como universidades e outras instituições de ensino e pesquisa, laboratórios multiusuários e a própria secretária de Desenvolvimento Econômico do Município, na cidade que foi considerada, no início de 2019, a mais inovadora do país.

  • Os termos «startupês» vieram para ficar

Acredito que uma das principais características da Era Pós-Startup são os termos específicos dos ambientes de empreendedorismo. Cada vez mais se torna mais comum encontra-los no nosso dia a dia, seja em uma reunião informal, na leitura de um livro ou em uma palestra.

Aprender essa linguagem será de extrema importância para qualquer pessoa em um futuro muito breve. Assim como o inglês deixou de ser um diferencial no passado para se tornar essencial e também um pré-requisito na maioria das vagas de emprego, o vocabulário startupês deverá se tornar, em muito pouco tempo, uma língua que qualquer pessoa deverá aprender.

 

Ana Leticia Rico, Community Manager at Nexus – Innovation Hub

Valuation: como saber quanto vale a sua empresa?

Você montou uma startup, ela está faturando, crescendo com cadência, você conhece as principais métricas do negócio (custo de aquisição de clientes, quanto eles deixam de dinheiro para a sua empresa, quais seus custos, seu ponto de equilíbrio), enfim… Você está fazendo a tarefa de casa e agora precisa de dinheiro para crescer.

Opa! Essa é a hora de buscar uma rodada de investimento. Mas como saber o valuation da sua startup? Pra você, ela provavelmente será um unicórnio em potencial; para os investidores, é um modelo a se provar, e, acredite, gerenciar a expectativa é fundamental para que você conclua a captação.

500 mil é muito ou é pouco? Devo melhorar meu salário nesta situação e embolsar uma graninha? Qual o percentual da minha empresa que devo oferecer para ser atrativo?

Primeiro, entenda que você não está fazendo exit. Para o empreendedor, a jornada ainda é longa, e o dinheiro do investimento é para o NEGÓCIO, e não para o empreendedor passar férias em Miami. Concentre-se em usar o dinheiro nos lugares certos para aumentar a venda, geralmente pessoas e marketing.

Você se voltou para o seu negócio, e aí? Ele vale 1 milhão ou 100 mil? Quero te dizer que uma coisa só vale o que você acha que vale quando tem alguém disposto a pagar esse valor. Se você quer vender seu apartamento por 1 milhão, mas só recebe ofertas de 500 mil, então há uma clara desarmonia entre o que você pensa e o que o mercado pensa. Seu apartamento não deve valer 1 milhão.

Para as startups, a lógica é a mesma. Não é porque você diz que a tecnologia é sensacional que o valuation sobe, entende?

Quando nós vendemos o Burger King junto ao IPO da Burger King Brasil (empresa tradicional), usamos múltiplos de EBITDA (lucro operacional) para valorar o negócio. Por isso, quanto mais competente a nossa gestão, maior o valor da companhia.

Perceba que o valor de um negócio está diretamente relacionado à sua capacidade de GERAR CAIXA. Quando um negócio é vendido, troca-se dinheiro de hoje por um fluxo de caixa futuro.

No caso de empresas nascidas para escalar, é mais complicado usar a lógica do múltiplo. Elas estão nascendo em condições de incerteza, vão se arriscar demais no caminho e dificilmente gerarão caixa no início — até porque é preciso reinvestir para crescer.

 Mas como fazer o valuation, então?

Particularmente, gosto de trabalhar com fluxo de caixa descontado, onde faço a simulação de uma DRE pelos próximos 5 a 10 anos, para entender a taxa de perpetuidade desse negócio. Este instrumento entrega pelo menos um norte.

Esse norte vai me ajudar a entender também “o tamanho do bicho”. Potencial de crescimento, potencial de faturamento, previsão de despesas, breakeven, etc… Até pra saber se o negócio realmente vale a energia.

Alguns anjos só valoram a empresa na rodada seguinte. Eles estabelecem uma taxa de desconto e acordam os percentuais na próxima captação. Já outros têm critérios estabelecidos: 200 mil por 7% do negócio, por exemplo.

Dica: não comprometa demais seu cap table no começo da jornada.

Acima de tudo, se você está em fase de valuation e com a empresa em jogo, vale a pena considerar ajuda especializada. Uma consultoria certamente pode oferecer serviços pontuais, eficientes e evitar muita dor de cabeça futura. Pense nisso e não deixe que o barato saia caro. Bons negócios!

 

 

Cloud!? Isso é seguro?

 

Não sei você, mas todas as vezes que tenho que voar bate uma apreensão e depois que o avião decola, vem aquele pensamento: «Será que isso é seguro?».
Certamente que é!!! E é com esta analogia eu quero explicar sobre segurança em cloud, ou para os que preferem, nuvem.

Mas o que é cloud afinal?

Cloud, ou nuvem, é um termo usado para identificar grandes datacenters (ambientes projetados para armazenar servidores e outros componentes como sistemas de armazenamento e de rede) que possuem uma quantidade enorme de recursos de hardware (aquilo que você chuta) e softwares (aquilo que você xinga). Porém, de forma bem simples não passa de uma quantidade de computadores interligados através de uma rede, que são ofertados para uso de forma otimizada.

Existem basicamente dois tipos de cloud, a pública e a privada. Clouds públicas são aquelas dos grandes players do mercado que são ofertadas como produto/serviço, como Microsoft Azure, Amazon AWS e Google Cloud e que compartilham os seus recursos entre os clientes que os contratam.

Clouds privadas, operam de forma parecida, mas os recursos são dedicados, ou seja, não são compartilhados com outros clientes.

A cloud permite alocação apenas dos recursos necessários para um sistema ser executado, além disso possui escalabilidade ou seja, permite o aumento de recursos do ambiente de forma quase que instantânea. Antes da cloud, as empresas tinham que comprar servidores, preparar infraestrutura de rede, contratar profissionais qualificados para interligar tudo isso e garantir a instalação e segurança da forma correta. E quando era necessário fazer um upgrade, tinham que comprar mais equipamentos, instalar, atualizar, etc. Imagina o transtorno e o custo de tudo isso!

Na cloud tudo isso é muito mais simples e o custo, extremamente mais baixo, pois você paga apenas pelo que está alocado pra você e não precisa contratar profissionais altamente qualificados para manter tudo isso funcionando.

E esse negócio de cloud é seguro?

O risco de um avião cair, segunda a Agência Nacional de Aviação Civil é de 1 em 3.000.000. E isso ocorre pois as aeronaves são construídas pelos melhores engenheiros e pesquisadores e sua operação é conduzida por uma tripulação competente, um comandante, um copiloto, sendo que este último precisa de até 1.200 horas de voo em algumas companhias aéreas para chegar a sentar do lado direito da cabine da aeronave.

Na cloud é quase a mesma coisa, pois, os grandes players de clouds como Azure, AWS e Google têm os melhores profissionais de mercado que monitoram e operam toda a infraestrutura necessária para garantir segurança e disponibilidade dos serviços.

Além disso, os grandes players passam por rigorosas auditorias de segurança internacionais de forma periódica e um rígido monitoramento de segurança.

Você pode questionar: mas Renatto, então elas nunca caem ou nunca são invadidas?

Sim, elas caem, mas conseguem manter uma disponibilidade em torno de 99.95%, ou seja menos de 0.05% do tempo elas sofrem com alguma indisponibilidade. Sobre os ataques, sofrem centenas, se não, milhares diariamente e raramente um desses ataques é bem sucedido e menos ainda conseguem obter algum tipo de informação confidencial dos clientes, e é claro que quando conseguem os clientes tem algumas garantias. Mas pense comigo, o risco de sofrer ataques e de sofrer com indisponibilidade pode acontecer também no seu datacenter – ou caso você não tenha uma infraestrutura que possa ser chamada de datacenter – no seu servidor no escritório, imagine o custo para conseguir alcançar a mesma eficiência que estes grandes players tem em seus datacenters.

Sem dúvida, quando colocamos tudo isso na ponta do lápis, é perceptível que a segurança garantida na cloud é muito maior do que a que pode ser implementada no seu próprio datacenter.

Como usamos cloud aqui no Conexa

Aqui na Conexa Labs nós usamos a cloud Microsoft Azure e em alguns casos, Google Cloud, a Azure está entre as melhores do mundo e conta com 140 datacenters espalhados por todo o mundo, o que garante a replicação global dos dados e serviços.

Também contamos com um rígido controle de governança de cloud e quando a versão de um produto é lançada, nenhum colaborador têm acesso aos dados de acesso da nossa infraestrutura, pois são armazenados de forma criptografada e o processo de atualização da versão é automatizado pois usamos as boas práticas de DevOps (nome bonito para um conjunto de práticas para integração entre as equipes de desenvolvimento e operação e processos automatizados para produção rápida de aplicações e serviços).

Se você é cliente de qualquer um dos produtos das startups do Conexa, relaxe e tenha uma excelente experiência em Nuvem!

 

Renatto Machado,  CTO no Conexa

A tecnologia a favor da sustentabilidade no uso de agrotóxico

Você provavelmente já ouviu ou leu em algum lugar sobre sustentabilidade. O termo sustentabilidade é muito amplo e está cada vez mais difundido na sociedade. Significa utilizar os recursos que a natureza oferece, da maneira mais eficiente e eficaz possível, de forma econômica, buscando o menor impacto ao equilíbrio entre o meio ambiente e o modo de vida humano.

Cada vez mais pessoas se identificam com os ideais sustentáveis e os incorporam em suas vidas. Isso torna as pessoas mais exigentes quanto ao consumo de produtos agrícolas. Na agricultura não é diferente, sustentabilidade vem sendo cobrada com o intuito de minimizar os danos ao meio ambiente e a comercialização de produtos saudáveis para a mesa do consumidor.

A agricultura tem um papel importante na alimentação do mundo, haja vista, que a população vem aumentando e assegurar esse direito básico preservando os recursos naturais se torna um desafio. Desde a década de 60 a intensificação da produção e uso de tecnologias no campo auxiliam na obtenção de altas produtividades. O uso de agrotóxicos é uma das ferramentas utilizadas para tal propósito. O clima tropical do Brasil contribui para o surgimento de inimigos das plantações, por isso somos um dos maiores consumidores de agrotóxico do mundo.

Agrotóxicos são produtos que agem tanto em processos físicos, químicos ou biológicos, utilizados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento, tendo a finalidade de preservar a flora e a fauna da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, podendo atuar desde os setores de produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas (Lei Federal 7.802 de 11.07.89). Essa tecnologia é primordial para a defesa das lavouras e consequente manutenção de altas produtividades. O ponto principal é como utilizar essa tecnologia de forma eficiente diminuindo os impactos ao meio ambiente.

A aquisição do agrotóxico está restritamente ligada a sua real necessidade. O profissional faz o diagnóstico e através da receita agronômica prescreve, com as devidas orientações para preparação e aplicação, o produto. Utilização de defensivos registrados, boas condições dos aparelhos de aplicação, respeitar aspectos como o ambiente de aplicação, sem muito vento ou calor excessivo, seguir rigorosamente o período de carência, aquisição de produtos devidamente alinhados com sua o parecer profissional e destinação correta das embalagens são essenciais para uso eficiente e consciente. Estas informações devem ser acessíveis ao produtor de forma clara e objetiva.

Estudos recentes apontaram alternativas e produtos que minimizam os impactos ambientais, o progresso da tecnologia no setor agrícola estimula ainda mais os produtores a usarem os agrotóxicos de forma consciente e correta. Desta forma há tecnologias que auxiliam nesse procedimento, sendo importante instrumento para o uso consciente.

Softwares de gestão e geração de receitas agronômicas apresentam conteúdo relevante para sua emissão. Seu conteúdo estruturado e dinâmico, com todas as informações de aplicação, dosagem, época e modo de aplicação, que seguem fielmente a bula do produto, orientam como o produto deve ser usado e as precauções necessárias quanto a proteção dos usuários. Estes softwares possibilitam uma ampla pesquisa sobre os produtos que tem no mercado auxiliando os profissionais em suas consultorias, personalizando a prescrição de produtos atendendo as exigências ambientais e legais.

A tecnologia e a pesquisa são as armas para uma agricultura mais sustentável e comprometida com o meio ambiente. É com o desenvolvimento que solucionaremos problemas de cunho ambiental e facilitaremos o acesso de produtores a técnicas mais conscientes e eficientes.

Hérica André da Silva, Executivo de vendas na AgriQ Receituário Agronômico.